Sexta, 25 de abril de 2025
Política

22/04/2025 às 22h48

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Redacao

Vila Velha / ES

‘Somos todos pré-candidatos ao Senado’, afirma Callegari
Deputado estadual reforça objetivo eleitoral, mesmo com articulação de Magno Malta
‘Somos todos pré-candidatos ao Senado’, afirma Callegari
Lucas S. Costa/Ales

Magno Malta tem deixado bem claro o seu desejo de ter a filha, Maguinha Malta, ao seu lado no Senado Federal. A vontade do líder pode inviabilizar a candidatura de outras figuras do Partido Liberal (PL) que desejam uma das vagas para senador nas eleições de 2026, tendo em vista ser improvável, na atual conjuntura, que a sigla lance dois candidatos.


Entretanto, o deputado estadual Callegari, um dos principais interessados no Senado, descarta qualquer recuo de suas pretensões por enquanto. “O que eu posso dizer é que mantenho minha pré-candidatura e vou ver até o ano que vem. E pretendo ser senador da República para ‘impeachmar’ os ministros do Supremo Tribunal Federal [STF] que abusam de sua autoridade no Brasil”, afirmou em conversa com Século Diário.


O deputado destacou que ainda é cedo para sacramentar qualquer candidatura. “Candidatura só ocorre na convenção, em julho do ano que vem. Até lá, somos todos pré-candidatos. E qualquer membro do partido, com maior ou menor disposição, pode se colocar no papel de pré-candidato”, comentou.


Callegari também disse receber com naturalidade as articulações de Magno Malta: “É natural que o senador faça um movimento a favor da filha dele. É filha, e é o coração, né. Se fosse minha filha, talvez eu fizesse também. Isso não significa uma vedação a outras pré-candidaturas. Tenho uma amizade há um bom tempo com o senador, nós temos um ótimo relacionamento, um excelente diálogo pela construção do partido no Estado, e essas questões nós estamos colocando para o fortalecimento das pré-candidaturas”.


Uma das principais figuras do bolsonarismo no Espírito Santo, Callegari tem investido bastante em comunicação e parece mesmo disposto a estabelecer seu nome para o Senado. No final de março, foi uma das “estrelas” do Primeiro Encontro Conservador do PL em Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado, seu reduto eleitoral. O evento, segundo ele, serviu para traçar “estratégias dos conservadores” a nível municipal, estadual e nacional.


Questionado sobre a possibilidade de trocar o Senado por uma candidatura a deputado federal, o parlamentar foi categórico: “Isso está superado, não há mais essa discussão”.


‘Frente ampla’ contra governistas


Nas eleições municipais de 2024, o PL caminhou sozinho na maioria das cidades capixabas, o que acabou resultando em poucas prefeituras conquistadas. Para 2026, Callegari afirma trabalhar pela “unidade do campo de direita e conservador” visando um “projeto vencedor”, e coloca como “provável” uma aliança com o Republicanos, que trabalha com a pré-candidatura a governador de Lorenzo Pazolini, prefeito de Vitória.


“A melhor forma de nós fazermos frente ao atual grupo político que governa o Espírito Santo há mais de 20 anos é uma união dos partidos de centro, centro-direita e direita. Então, hoje, não há possibilidade de você enfrentar uma disputa estadual se não for por meio de uma frente ampla que reúna esses grupos e partidos de direita. Nesse sentido, eu tenho colaborado para essa aproximação entre os grupos”, destacou o deputado.


Nas últimas semanas, Callegari foi visto em reuniões com Erick Musso, presidente estadual do Republicanos e secretário de Governo da gestão de Lorenzo Pazolini em Vitória. Também se reuniu com Aridelmo Teixeira, liderança do Novo e ex-secretário de Pazolini.


Com isso, o mais provável é de que a chapa para o Senado desse grupo não seja apenas de candidatos do PL – mesmo que “em tese”, como afirmou Callegari, a sigla possa lançar duas candidaturas, contemplando tanto o parlamentar quanto Maguinha.


O deputado estadual descarta deixar o PL para completar a chapa de candidatos a senador por outro partido. “Sou fiel ao PL, e todos os meus diálogos com o Republicanos são na qualidade de representante do PL”, ressaltou.


Disputa intensa para o Senado


Em 2026, os atuais senadores Fabiano Contarato (PT) e Marcos do Val (Podemos) terão que tentar a reeleição, em um cenário que se desenha bastante disputado. As duas únicas cadeiras disponíveis parecem muito poucas diante da quantidade de pré-candidatos.


No campo da oposição à gestão atual de Renato Casagrande (PSB), além de Maguinha e Callegari, são cotados para a disputa o deputado federal Evair de Melo (PP), que atualmente é filiado a um partido da base governista; o deputado estadual Sérgio Meneguelli (Republicanos), disposto inclusive a mudar de sigla para fazer valer sua vontade; e o ex-governador Paulo Hartung (a caminho do PSD).


O ex-deputado Carlos Manato (de saída do PL), que disputou o segundo turno com Casagrande em 2022, também tem a pretensão de se candidatar, mas está sem espaço entre os bolsonaristas. Marcos do Val é outro que faz parte desse grupo.


Já na frente governista, o principal pré-candidato ao Senado é próprio governador Renato Casagrande, que deve deixar o comando da gestão estadual com o vice-governador (e pré-candidato a governador), Ricardo Ferraço (MDB). O deputado federal Da Vitória (PP) é um dos principais cotados a compor uma chapa com Casagrande. O experiente Enivaldo dos Anjos (PSB), prefeito reeleito de Barra de São Francisco, no noroeste do Estado, e ex-deputado estadual, também chegou a sondar uma candidatura a senador.


Fabiano Contarato (PT) faz parte do grupo de apoio a Casagrande, mas, em 2022, tentou se candidatar a governador contra o candidato socialista. Existe ainda a possibilidade de o Partido dos Trabalhadores (PT) lançar uma candidatura própria ao Governo do Estado em 2026, e o deputado federal Helder Salomão é o mais cotado para assumir essa missão.

FONTE: Século Diário

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