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A abertura do ano legislativo na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), nesta terça-feira (04), foi marcada por discursos que ressaltaram a harmonia entre os Poderes e o compromisso com o desenvolvimento do Estado. Em uma sessão solene realizada no Plenário Dirceu Cardoso, o presidente reeleito da Casa, deputado Marcelo Santos (União), enfatizou a importância do diálogo institucional e da independência entre os Poderes. Ele destacou que o Espírito Santo tem se tornado referência nacional em governança, graças à austeridade fiscal e à maturidade política. “Foi assim que chegamos até aqui, e é assim que chegaremos cada vez mais longe. Juntos, mostramos ao Brasil que diálogo institucional é sinônimo de maturidade”, afirmou.

Ao relembrar sua trajetória política desde 2003, Marcelo Santos comparou o cenário atual com o passado, destacando a evolução do Espírito Santo. Ele mencionou o orçamento recorde de mais de R$ 30 bilhões para 2025, com quase um terço destinado a investimentos, e reforçou que a Assembleia Legislativa seguirá como aliada do setor produtivo. Além disso, ressaltou conquistas do Legislativo estadual, como a digitalização total dos processos e o reconhecimento pela transparência institucional. “Hoje somos a Assembleia mais transparente do Brasil e signatários dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU”, pontuou.

O vice-governador Ricardo Ferraço (MDB), que já presidiu o Legislativo entre 1995 e 1997, também destacou a estabilidade política do Espírito Santo como um diferencial. Ele enalteceu a atuação dos parlamentares e ressaltou que a unanimidade nas decisões da Casa reflete inteligência e maturidade política. “Aqui, a unanimidade é um gesto de humildade e um sinal muito forte desta construção coletiva que estamos fazendo no Estado”, declarou.

Ferraço reforçou ainda a importância da responsabilidade fiscal como meio para garantir investimentos, lembrando que o Espírito Santo é o único estado brasileiro a manter há 13 anos a nota A em gestão fiscal.

O governador Renato Casagrande (PSB) reforçou a necessidade da coesão entre os Poderes para garantir estabilidade institucional. Ele apontou desafios no cenário nacional e internacional, como a política monetária do Brasil e conflitos externos que geram instabilidade. No entanto, destacou que o Espírito Santo tem conseguido manter uma gestão segura e eficiente, o que permite planejamento e execução de políticas públicas sem sobressaltos.

“O nosso nível de aflições pelo nível de coesão que nós temos é menor que outros estados e do próprio governo federal, que até agora não conseguiu votar o Orçamento Nacional. E nós, aqui na Assembleia, conseguimos votar o orçamento final em novembro, começo de dezembro, isso dá estabilidade para a gente ter começado o ano no dia 1º de janeiro mesmo, e não depois”, afirmou.

Casagrande também fez um balanço dos avanços de 2024, como os investimentos em infraestrutura, educação e a redução da pobreza. Na segurança pública, celebrou a queda no número de homicídios, que atingiu o menor patamar da história do Estado, mas reconheceu desafios, citando episódios recentes de violência. “Em 2011, registramos 2 mil homicídios. Em 2024, encerramos o ano com 852. Isso mostra que estamos no caminho certo, mas ainda há muito a ser feito”, avaliou.

A sessão solene contou ainda com a presença de diversas autoridades do Judiciário, Ministério Público e lideranças municipais. Em conversa com ES Hoje, a deputada Camila Valadão (PSOL), que votou a favor da chapa de Marcelo Santos, apoiada pelo governador Renato Casagrande, reforçou que seguirá cobrando maior debate sobre os projetos do Executivo, defendendo a ampliação da participação popular e a valorização dos servidores da Assembleia.

“Continuo tendo críticas e continuarei tendo críticas, principalmente ao governo, quando quiser aprovar projetos sem garantir o debate com a sociedade. A gente sabe que a urgência é algo que é previsto pelo nosso regimento, mas a gente acha que tem projetos, principalmente do Executivo, que mereciam ter mais debate pelo Legislativo através de audiências públicas e outras. Então a gente vai manter o nosso posicionamento crítico nesse sentido”, comentou.

A deputada reforçou que a Assembleia deve ser um espaço de pluralidade e que, apesar das diferenças ideológicas, é essencial que todos os parlamentares tenham garantido o direito de voz e participação nos debates. “Essa é uma Casa que tem deputados da extrema-direita e da esquerda, ou da extrema-esquerda, como eles preferem me denominar, que sou eu, e que mesmo assim eu consigo ter voz dentro do plenário, eu consigo travar ações do meu mandato, que é um mandato que foi eleito legitimamente, sem contar com cerceamento da Presidência ou boicotes. Infelizmente essa prática é muito comum em outras Assembleias do país, a gente vai vendo colegas que têm o seu mandato praticamente cerceado, caçado, sabe, do ponto de vista dessa prerrogativa. Então a gente espera continuar tendo espaço até para fazer essa crítica”, disse a parlamentar.

A sessão solene contou com a presença de diversas autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário, além das Forças Armadas, reforçando o compromisso com o diálogo institucional. O prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo, não compareceu à sessão. Enviou um de seus secretários para substituí-lo.

FONTE: ES HOJE