Carlos Casteglione (PT), ex-prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado, foi confirmado em convenção partidária realizada nessa quinta-feira (1), no Centro Operário e de Proteção Mútua, como pré-candidato na disputa majoritária de outubro deste ano. E o vice da chapa? Por enquanto, nada de anúncio oficial.

Em discurso na convenção, Carlos Casteglione afirmou que fez um pedido aos seus correligionários para que não houvesse a divulgação de nenhum nome como vice em sua chapa, porque há esperança de ampliar as alianças partidárias. Por enquanto, estão com Casteglione a Federação Brasil da Esperança - Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido Verde (PV) - e a federação formada por Partido Socialismo e Liberdade (Psol) e Rede Sustentabilidade.

Após o evento, Século Diário perguntou a Casteglione se a decisão de não indicar um vice tem a ver com as incertezas sobre a manutenção da pré-candidata governista, Lorena Vasques (PSB). Sem entrar em detalhes, o ex-prefeito argumentou que é preciso ter cautela neste período de convenções partidárias, que se encerrará na segunda-feira (5).

"Minha experiência diz que é preciso ter muita calma, porque a gente entra agora na reta final das convenções e as coisas podem acontecer. Eu já vi coisa acontecer nesse período que a gente não acredita. Como eu acredito que existem outros partidos com o mesmo alinhamento de caminhada conosco, vamos aguardar para que essas possibilidades sejam, ou extintas, ou que aconteçam de fato. Então, a ideia é aguardar, porque queremos muito ampliar o campo democrático e popular das nossas federações", comentou.

Apesar disso, Casteglione informou que já existe uma pessoa escolhida internamente para compor a chapa. "No meu coração, as coisas estão definidas, a gente já tem um nome, mas nós vamos anunciar oportunamente", concluiu.

Carlos Casteglione e outros pré-candidatos estão de olho nos partidos que compõem a rede de apoio da pré-candidatura governista. Entre eles estão o Partido Socialista Brasileiro (PSB), Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e Partido Democrático Trabalhista (PDT). Nesse sentido, uma saída - ou um enfraquecimento - de Lorena poderia favorecer tanto Casteglione quanto Theodorico Ferraço (PP), dois adversários que dialogam com o governador Renato Casagrande (PSB).

Durante a sua fala na convenção, Carlos Casteglione afirmou também que começou a pensar em se candidatar novamente em Cachoeiro em 2022, após a eleição do presidente Lula, e que uma de suas metas, caso seja eleito, é promover uma reaproximação da prefeitura com o governo federal. O ex-prefeito ressaltou que terá como meta prioritária de governo investir em cultura, esporte e lazer, e destacou a necessidade de retorno de instrumentos de governança mais direta junto ao povo, como o Orçamento Participativo.

O petista também fez críticas à gestão atual do prefeito, Victor Coelho (PSB), em relação a grandes obras iniciadas e ainda inacabadas, e prometeu revisar todo o trabalho que resultou na disparada dos valores cobrados de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Outro ponto mencionado foi a polêmica municipalização de escolas estaduais, processo que ele pretende suspender.

Durante as convenções das duas federações, também foram apresentados os candidatos a vereador de cada um dos cinco partidos que compõem as duas federações e anunciados os seus números de urna.

Tempo de definições

Três pré-candidatos a prefeito de Cachoeiro estão com as chapas consolidadas. O deputado estadual e ex-prefeito Theodorico Ferraço (PP) terá ao seu lado o vereador Júnior Corrêa (Novo). Progressistas (PP), Novo e Movimento Democrático Brasileiro formam, por enquanto, a trinca de siglas aliadas.

O advogado Diego Libardi (Republicanos) terá como vice em sua chapa a nutricionista Rafaela Donadeli (União), esposa do deputado estadual Dr. Bruno Resende (União). A convenção para referendar a chapa foi realizada nesta semana. Libardi conta, até o momento, com o maior coligação partidária, que inclui Republicanos, Agir, Podemos, Partido Renovação Democrática (PRD), União Brasil e Partido Social Democrático (PSD).

Já o vereador de extrema direita Léo Camargo (PL) realizará convenção partidária neste sábado (3), às 19h, na Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemirim (FDCI). No início da semana, ele anunciou o empresário Rodolfo Sabino (PL) como seu vice, consolidando uma chapa bolsonarista puro-sangue.

No domingo (4), será realizada a convenção do Partido Socialista Brasileiro (PSB), às 9h, no Centro de Ensino Lauro Pinheiro (Celp). A ex-secretária municipal Lorena Vasques é a pré-candidata da sigla, mas uma possibilidade de desistência foi discutida a sério nesta semana, conforme apuração de Século Diário. Até então, havia apenas especulações e boatos sobre uma eventual retirada, o que também ocorreu em relação a Léo Camargo nos últimos meses.

Por ora, o grupo governista está empenhado em fazer prevalecer a pré-candidata trabalhada até aqui. Mas não é demais lembrar que, durante as articulações deste ano, o pré-candidato a prefeito apontado como favorito – Júnior Corrêa - quase trocou a política pela Igreja. Com acontecimentos tão inusitados quanto esse, dá para esperar de tudo.